A Arca de Noé Vinicius de Moraes
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Sete em cores, de repenteO arco-íris se desataNa água límpida e contenteDo ribeirinho da mata
O sol, ao véu transparenteDa chuva de ouro e de prataResplandece resplendenteNo céu, no chão, na cascata
E abre-se a porta da arcaLentamente surgem francasA alegria e as barbas brancasDo prudente patriarca
Vendo ao longe aquela serraE as planícies tão verdinhasDiz Noé: que boa terraPra plantar as minhas vinhas
Ora vai, na porta abertaDe repente, vacilanteSurge lenta, longa e incertaUma tromba de elefante
E de dentro de um buracoDe uma janela apareceUma cara de macacoQue espia e desaparece
"Os bosques são todos meus!"Ruge soberbo o leão"Também sou filho de Deus!"Um protesta, e o tigre - "Não"
A arca desconjuntadaParece que vai ruirEntre os pulos da bicharadaToda querendo sair
Afinal com muito custoIndo em fila, aos casaisUns com raiva, outros com sustoVão saindo os animais
Os maiores vêm à frenteTrazendo a cabeça erguidaE os fracos, humildementeVêm atrás, como na vida
Longe o arco-íris se esvaiE desde que houve essa históriaQuando o véu da noite caiErguem-se os astros em glória
Enchem o céu de seus caprichosEm meio à noite caladaOuve-se a fala dos bichosNa terra repovoada
O sol, ao véu transparenteDa chuva de ouro e de prataResplandece resplendenteNo céu, no chão, na cascata
E abre-se a porta da arcaLentamente surgem francasA alegria e as barbas brancasDo prudente patriarca
Vendo ao longe aquela serraE as planícies tão verdinhasDiz Noé: que boa terraPra plantar as minhas vinhas
Ora vai, na porta abertaDe repente, vacilanteSurge lenta, longa e incertaUma tromba de elefante
E de dentro de um buracoDe uma janela apareceUma cara de macacoQue espia e desaparece
"Os bosques são todos meus!"Ruge soberbo o leão"Também sou filho de Deus!"Um protesta, e o tigre - "Não"
A arca desconjuntadaParece que vai ruirEntre os pulos da bicharadaToda querendo sair
Afinal com muito custoIndo em fila, aos casaisUns com raiva, outros com sustoVão saindo os animais
Os maiores vêm à frenteTrazendo a cabeça erguidaE os fracos, humildementeVêm atrás, como na vida
Longe o arco-íris se esvaiE desde que houve essa históriaQuando o véu da noite caiErguem-se os astros em glória
Enchem o céu de seus caprichosEm meio à noite caladaOuve-se a fala dos bichosNa terra repovoada
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